Confiram a tradução do artigo do http://qz.com.
Tomei a liberdade de fazer essa tradução livre do artigo “The new gatekeepers: How Facebook and Google are taking over your online identity escrito por Leo Mirani no site http://qz.com. Confiram:
Como Facebook e Google estão tomando conta da sua identidade online
Quando executivos do Facebook encontram anunciantes em potencial, o maior argumento de venda que eles possuem é que a companhia sabe para quem está anunciando. A proposição contrasta com o a selva da web, usuários do Facebook acessam o serviço e dessa forma são reconhecidos. Combinam essa informação com a informação de terceiros, corretores de dados que provém lealmente os gastos no cartão, por exemplo, e você tem uma ideia razoável do quão eficiente foi o seu anúncio. Se usuário x viu o anúncio y e fez uma compra, há um retorno em investimento.(O Facebook salienta que esses dados são anônimos e analisados apenas de forma agregada).
A maioria dos usuários do Facebook sabem disso, ou ao menos sabem sobre o serviço que está vinculado à publicidade. Mas os tentáculos do Facebook vão muito além de sua homepage. O botão “Curtir” está espalhado por toda a web. No mês passado, a empresa sugeriu que os anunciantes incluíssem um rastreamento de pixel do Facebook em seus sites para medir melhor o funcionamento dos anúncios.
A noção de que o mundo exterior a página principal permanece anonimo é cada vez mais falsa. Milhões de usuários da internet dão voluntariamente ao Facebook, Google, e outros o acesso aos seus movimentos pela web e nos dispositivos móveis quando usam o “login social”, ou acessam um website usando as credenciais de grandes provedores.
A web alugou policiais, ou emperadores
Pense sobre isso dessa forma: no início dos anos 1990, as pessoas viajavam pela web a vontade, apenas tendo que mostrar suas ID’s(identidades) quando acessavam algo importante e pessoal, como contas de e-mail ou enquanto estavam comprando, assim como você no correio ou ao efetuar uma compra. Mas logo o fetish pela ID cresceu. Ao final dos anos 2000, alguém pedia sua identidade em cada quadra da internet que você viajava, a cada rua que você atravessava, a cada edifício que você entrava. Pior, cada um deles emitia sua própria credencial.
As pessoas eventualmente ficavam cansadas de carregar uma cabeça cheia de ID’s(nomes de usuário e senhas) cada vez que eles queriam passear online; então em 2008 Facebook e Google disseram aos outros: “Olhem, nos deixem ser os seus guardiões. Nós podemos checar a credencial das pessoas e deixá-los entrar para vocês”. Sua conta no Facebook ou Google repentinamente se tornaram passaportes dando acesso a todos os territórios. Em troca pelos serviços, esses provedores de identidade anotam os detalhes de suas entradas e saídas. É como se o governo monitorasse onde seu passaporte está e enviasse recomendações ao seu restaurante. (Esse dia virá provavelmente). Ou, para misturar as metáforas inteiramente, Facebook and Google exercem soberania sobre websites menores que usam seus serviços.
A batalha pela sua identidade
O dado que os provedores de identidade coletam é um componente fundamental dos negócios. É útil saber quem são os usuários que acessam o seu site. Saber onde estão seus movimentos é um prêmio maior ainda. E como dispositivos móveis e tablets usam velhos mecanismos de rastreamento, como cookies, cada vez mais ineficazes, o a identidade se tornou a ferramenta mais importante para seguir os usuários da web pelos múltiplos dispositivos. A missão de cada grande companhia de publicidade na web é ser capaz de pintar um retrato completo de seus usuários.
Entre elas, as contas do Facebook e Google somam mais de 80% dos logins sociais. Como aumentou o uso dos dispositivos móveis, também se intensificou a competição em torno da identidade. Em 2012, o Google começou a forçar seus usuários a se registrar no Google+ (algo que ele finalmente parou de fazer essa semana) e começou a integrar o Google+ com diversos serviços. Assegurando que as pessoas estejam logadas nesses serviços. Enquanto isso, Facebook introduziu uma versão do login social na qual usuários podem acessar aplicativos de terceiros “anonimamente”, que não é realmente anônimo ao todo.
Yahoo também está tentando recuperar o espaço perdido; decidiu em Maio parar de aceitar credenciais externas para alguns serviços do Yahoo. A mudança se estenderá gradualmente aos demais serviços do Yahoo. Redes móveis estão furiosas por terem sido deixadas para trás e também querem entrar em ação. Os governos também estão atuando.
Entre eles, Facebook e Google assumem 80% dos logins sociais, de acordo com a Janrain, uma companhia que ajuda a gerenciar a integração dos logins sociais. A distância entre as duas e o resto é cada vez maior.
Dê as pessoas o que elas querem
Consumidores parecem felizes sobre estado de coisas; eles tem mergulhado nos braços de grandes provedores de identidade devido ao grande número de senhas que precisam lembrar para navegar na web. Gigya, outra companhia de identidade social, pesquisou 2,000 americanos e descobriu que 77% havia logado em um website ou dispositivo móvel usando a conta de uma rede social ao menos uma vez. É um grande incremento de 53% em comparação ao ano anterior.
Das pessoas que usam o login social, um terço disse que irá sempre usar enquanto estiver disponível. As duas principais razões são o tempo que se leva para se registrar em sites e o aborrecimento que é ter que lembrar outro nome de usuário e senha.
É claro porque websites e apps usam o login social. Cerca de 60% dos pesquisados disse que já deixaram de fazer uma compra porque foi exigido o preenchimento de um formulário de registro online. E quase dois terços disse que preferiam usar o login social em seus telefones do que criar novos usuários e senhas, sugerindo que a conveniência é o que leva ao uso. Além disso, alguns programadores de grandes companhias estão tentando fazer o processo de login social ainda mais fácil do que já é, integrando o login social ao background.
E não é como se as pessoas não estivessem cientes do que entrar com suas contas sociais atualmente significa.
Isso sugere que os usuários da internet aceitaram a troca que tiveram que fazer pela conveniência. Adapta-se a todos: provedores de identidade, que obtém mais informações; sites terceirizados que podem tornar a vida mais fácil para os seus usuários; e as pessoas comuns, que agora precisam memorizar poucas senhas. Mas isso também significa entregar cada vez mais para alguns dos mais ricos e poderosos da internet.