“As crianças tem medo à noite..”
“..às horas mortas do papão que as espera, hediondo atrás das portas, para as levar no bolso ou no capuz dum frade.
Não te rias da infância, ó velha humanidade, que tu também tens medo ao bárbaro papão, que ruje pela boca enorme do trovão, que abençoas os punhais sangrentos dos tiranos, um papão que não faz a barba há seis mil anos, e que mora, segundo os bonzos tem escrito, lá em cima, detrás da porta do infinito!”
Guerra Junqueiro
Jornal A Luta
14 de dezembro de 1907, p. 7
Retirado do livro: A formação da identidade cultural anarquista através do periódico a luta de Porto Alegre (1906 – 1911) de Eduardo da Silva Borges (2014).